segunda-feira, novembro 03, 2014

Sentimentos...

O que fazer quando nos dói algo mas não conseguimos dizer onde? aquela dor na alma que vai além do corpo. Não podemos apontar e dizer... é ali! Como actuar? onde se encontram medicamentos para solucionar esse tipo de situação? não existem. Nem usufruindo de uma anestesia... não podemos fugir. Algo assim tão simples. Entretanto as memórias avançam. Ganham terreno. O lado cinza da vida... aqueles momentos que quero fechar a sete chaves observam-me. Esperam para me atingir como se fossem pedaços de madeira atirados para cima de mim. Daqueles blocos pesados que me deixam inconsciente.
Quero retirar este pedaço de pus... a ferida eternamente aberta que tento esconder. Cozer. Fechar. Não sara. Espera até que me sinta mais frágil para retornar. As lágrimas salgadas descem... de forma constante. Sinto o coração pesado. Parece uma pedra. Como dizer basta e impedir que tudo isto me engula no seu seio. Tento lutar. Verdade. Mas quando abro os olhos, a realidade é a mesma. Seria tudo tão fácil se as pessoas passassem por nós sem marcas. Se os sentimentos não existissem. Se... fossemos máquinas. Apenas isso nestes instantes.
Esperei por ti... e vi a fragilidade da vida no teu rosto. Nas pessoas que te choraram... que sentiram a tua perda... eras um mero corpo. Só isso. Só o lado físico. A tua alma já partiu ontem de manhã. Cansada... depois de tanta luta. Tanto desespero. Dor... agora és livre. Podes voar. Só tens de abrir as asas e seguir a tua luz. Mereces. Tudo finalizou... escutam-se muitos soluços... silêncio... aquele ambiente horrível... e de ti já só sobram cinzas que foram jogadas ao vento. É tudo tão estranho! Ridiculamente oprimente. Subo uns bons metros.
Passo os meus olhos por outra campa... paro junto dela... olho o nome e confirmo. Já não vinha aqui há tanto tempo... um dia longínquo... doloroso... estúpido! Um dia onde fui egoísta. Ralhei tanto contigo... não entendi... não percebi naquele momento o porquê de tudo aquilo estar a acontecer. Estavas bem. Eu estava convencida disso. Pensava que finalmente irias encontrar a tua felicidade. E fiquei zangada quando isso não aconteceu. Passaram anos até perdoar... não sei se o fiz perante a tua pessoa... ou a mim mesma. A culpa. Velha companheira no que a ti diz respeito, assolou-me durante tanto tempo. Demais. Compreendi finalmente que não poderia proteger-te de tudo. Decidiste apagar o teu sorriso... eu só tinha de respeitar. Mais nada. Naquele momento não estive contigo como o fiz sempre. Naquele segundo julguei perder-te. E foi isso que me magoou. Como vês, fui um ser egoísta como referi lá atrás.
Disse-te tudo isto... e muito mais. Segredos que foram ficando por contar. Coisas que te iriam fazer dar aquela gargalhada linda que eu adorava. Depois despedi-me e parti. Um dia regresso. Prometo.

domingo, novembro 02, 2014

Chegadas e partidas... :(

Aquela vulgar frase que todos proferimos num ou noutro qualquer momento da nossa vida na qual dizemos que não somos nada, é nestas horas que acredito nessas palavras. Odeio essa frase. Faz-me sentir tão impotente. Não por mim, mas por quem amo. Como poderei salvar esses seres se não tenho opções? se não existem armas que possam ser usadas para afastar tudo o que é mau da vida deles? lutas injustas! Perversas! Maldosas! Lutamos, mas à partida já sabemos quem é o vencedor. Tal como Tucídides descreveu na sua obra "história da guerra de Peloponeso", onde os gregos se divertem com a dialéctica enquanto os habitantes daquela ilha tentam convencer os seus inimigos a serem benevolentes. Sabiam que tinham perdido. No fim o resultado seria a morte de todos os homens, ficando as mulheres e crianças como escravas. Assim acontece com alguns processos da nossa existência. Podemos tentar convencer... lutar... mas o fim, será o mesmo. Quando quer vencer... não dar hipóteses... não existe nada que possamos fazer. Infelizmente. Até quando determinadas malditas doenças vão continuar a ceifar vidas? pessoas que nada fizeram para que tal aconteça. Todos os dias observamos seres que fazem tudo errado. Drogam-se. Bebem desalmadamente. Fazem mal a quem os rodeia e além desse nível... e continuam sãos. Dá que pensar.
Hoje acordei com o coração pesado. A razão chegou mais tarde... mais uma estrelinha brilha no céu. Só espero que a sua próxima vida seja gloriosa! Que tenha cumprido o seu karma... e que seja feliz rodeada de muita luz!
Amanhã vou a um sítio para me despedir deste anjo... e onde se encontra outro que foi muito importante na minha vida. Vai ser um recordar de uma dor antiga... a tal que renasce todos os anos no dia 11 de Março.
Muito duros estes dias... demasiado. :\
É nestas alturas que temos de nos lembrar que a vida serve para ser bem vivida! O tal "carpe diem". Senão, deixamos passar... deslizar, tal como grãos por entre os nossos dedos, e no fim fica o vazio. Tempo desperdiçado.
Até sempre mocinha. Obrigado por tudo aquilo que nos deste e mostraste.
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