segunda-feira, janeiro 03, 2005

Ultima contagem: 144.500....

O número de mortos causados pelo terramoto registado no passado dia 26 de Dezembro no Sudeste Asiático seguido por gigantescos maremotos já ultrapassou os 144.500, de acordo com o balanço mais recente da tragédia, um número que se aproxima das estimativas da ONU, que prevê que tenham perdido a vida cerca de 150 mil pessoas.

Só na Indonésia, o país mais afectado pelas ondas gigantes que varreram as localidades costeiras da região, as autoridades já confirmaram mais de 94 mil mortos, estando ainda contabilizados mais de 100 mil feridos e milhares de desaparecidos, o que indica que o número de vítimas vai continuar a sofrer alterações nos próximos dias. Seguem-se, na lista de países com maior número de mortos a lamentar, o Sri Lanka, com cerca de 30 mil mortos, e a Índia, com mais perto de 15.160, tendo-se também registado vítimas mortais na Tailândia (5.046), Malásia (74), Maldivas (74), Myanmar (ex-Birmânia, 59) e no Bangladesh (2), além de vários países na costa oriental de África (137). Neste momento, enquanto as equipas de busca chegam aos pontos mais inacessíveis e a ajuda humanitária tenta minimizar os efeitos devastadores da tragédia, a vida começa lentamente a retomar a normalidade possível. Em algumas estâncias turísticas de Phuket, na Tailândia, os hotéis já recomeçaram a receber turistas e as praias voltaram a registar alguma actividade.

Natureza revoltada:

Ainda a braços com a devastação do maremoto de dia 26, os países asiáticos afectados pelo cataclismo enfrentam ainda a fúrias dos elementos. Para além das violentas réplicas do sismo que causou o mortífero tsunami, as chuvas torrenciais estão a tornar ainda mais dramática a situação de milhões de desalojados, sobretudo na Indonésia e Sri Lanka.
A intempérie torna insustentáveis as condições nos campos de refugiados. A fome e a doença ameaçam somar vítimas aos mais de 125 mil mortos do tsunami.Em Banda Aceh, capital da província indonésia de Sumatra, a mais duramente atingida pela tragédia, as réplicas do sismo chegaram aos 6.5 graus de intensidade na escala de Richter, enquanto a chuva castigou milhares de refugiados sem tecto para se abrigar. As inundações forçaram novas evacuações e reforçaram um cenário de tragédia incomensurável. No maior campo de refugiados da cidade, mais de 400 mil pessoas lutam por refúgio e comida. Um único hospital e duas ambulâncias prestam auxílio a esta mole humana. Segundo estimativas da UNICEF, mais de 900 mil crianças sofrem em Aceh de traumas físicos e psicológicos causados pela perda ou a separação das famílias. Os mais de 80 sismos registados após o maremoto tiveram o seu epicentro na costa ocidental de Sumatra, na mesma zona onde se localizou o violentíssimo sismo que desencadeou a tragédia.“A escala da catástrofe é pura e simplesmente demasiado grande”, afirmou Andi Mallarengen, porta-voz do presidente indonésio, Su-silo Bambang Yudhoyono. No Sri Lanka, o drama é idêntico. As chuvas criaram novas dificuldades ao cortarem estradas e impossibilitarem a entrega de auxílio humanitário por terra. Embora sem chuvas, a tragédia não deixa de crescer também na Índia, na Tailândia, na Malásia, Singapura e Bangladesh. Os que lutam pela vida nestas circunstâncias cruéis sentem que a Natureza se voltou contra eles. DOIS MIL MILHÕES DE EUROS EM AJUDASUma resposta pronta da comunidade internacional permitiu já fazer ascender à excepcional quantia de dois mil milhões de dólares a prometida ajuda financeira aos cerca de cinco milhões de pessoas afectadas pelo maremoto no sudeste asiático.Segundo o responsável da ONU Jan Egeland, os números reais da catástrofe nunca serão conhecidos, mas ultrapassarão muito provavelmente os 150 mil mortos.Depois de criticar a tacanhez dos países ricos, Egeland teve de reconhecer que nunca antes um tal fluxo de dinheiro tinha sido mobilizado num prazo tão curto. O maior de entre os 40 países doadores é, para já, o Japão, com 500 milhões de dólares, seguido dos EUA, que na sexta-feira prometeu aumentar o auxílio até aos 350 milhões. Prossegue, entretanto, o envio de ajuda sob a forma de medicamentos, alimentos, tendas, cobertores e outros bens. Mas a falta de meios materiais e humanos para a distribuição compromete o esforço dos países doadores.
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