segunda-feira, setembro 10, 2007

Rescaldo do Avante 2007

1º dia:
Gostei do momento de fado que existiu no palco 1º de Maio. Juntaram numa só noite, Lisboa e Coimbra. Em relação ás orquestras, sinceramente, eu que gosto daquele tipo de musica, não estava muito voltada para esse estilo. Passou-me um bocadinho ao lado. :)
2º dia:
Cheguei ao recinto, e o que vi? Pauliteiros de Miranda. Eu não tenho culpa. lol A voz do coração falou mais alto e guiou-me directamente para lá. Lindo! Que saudades das nossas tardes no café da Gabriela. :)
De seguida corri para poder assistir a uma homenagem a Adriano Correia de Oliveira, através da Brigada Victor Jara e Manuel Freire. De inicio, chocou-me ver que a maior parte do pessoal, não estava a ligar patavina, ao que se passava. Confesso que me irritou. Até que...

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das água
se os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novos
e notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.
Com esta letra o clima alterou-se. Arrepiei-me toda. É uma das minhas musicas de eleição. ouvi-la cantar daquela forma, em coro por uma multidão, foi mágico. Tocou bem forte. Acreditem!
À noite, apesar de uns contratempos... foi espectacular. Mesmo à minha medida. Fechar os olhos, e deixar entrar o ritmo ao som dos Chicago Blues Harp All Stars. Sim senhor. Grande qualidade. Bis bis... :)
3º dia:
Quanto a mim, o melhor. Cheguei ao recinto, pronta para ouvir Peste e Sida. Iáaaa! Todas as malhas estiveram lá. Aqui vou eu de Lisboa para a Costa da Caparica...entre outras. :) Okis okis... recuei aos meus tempos de menina "imberbe". Os tais, onde ia assistir a concertos em sitios manhosos. :p
Next... o puto que não diz nada, mas que afinal até vai dizendo umas coisas. Ele mesmo, "Sam the kid". Continuou a animar a malta. O ritmo a subir de tom com as suas rimas. Ió brother... :P
Para me animar ainda mais, ou melhor, para me colocar lá no alto. Zen... Vitorino, Sérgio Godinho...Tito Paris, Don Kikas, entre outros sonantes nomes, deram o ar da sua divina graça. AMEI. Ritmo. Musica. Um alentejano, à maneira. Sérgio no seu best. Muito, mas muito porreiro.
A hora do comicio... serviu para jantar. Fui lá pela musica, não para ouvir palavras que não me dizem nada. Lamento, mas não sou de esquerda, nem do centro e muito menos de direita. Sou dos que vão contra a maré. Digo mal de todos. Embora tenha simpatias na esquerda, não dou abévias a ninguém. :p
Next... Jacinta! Hora mágica. Homenagem a outro grande senhor: Zeca Afonso. Derreti-me! Claro. Cresci a ouvir as musicas dos 2 mestres que foram homenagiados nesta edição do Avante. Fazem parte das minhas recordações, nestes meus 33 anos de vida. É claro que as suas palavras me dizem algo. São simbolo de uma época. Que deixaram o seu testemunho de uma forma singela, mas que conseguem ultrapassar a barreira dos anos. Das gerações.
Blasted Mechanism, e o seu show fenomenal, deram cartas. Entrei a matar. Não sei porquê, mas estava de tal forma conectada com o som deles, que a certa altura perguntei-me se não estaria a reagir ás ganzas do pessoal da frente. Juro! lol Há bastante tempo que não me acontecia uma coisa destas. Tive de parar uns segundos para me acalmar. Foi brutal.
Para finalizar a noite: alguns elementos dos "Roncos do Diabo" tocaram no edificio de Bragança. LINDO. Apesar de cansada... aquele Tiago, dá cabo de mim. lol Não consigo parar quieta. E a bela gaita de foles. Que saudades! É um vicio. Terminou em beleza. O meu corpo queria ter ficado mais um bocadinho, mas a minha mente deu um ultimato. lol E aqui estou eu...
Private para os amigos:
Sim, ando com doi doi no queixo. lol Vocês andam sempre a esquecer-se que eu sou a menina azarada. lol Ele é cortes com facas; garrafas de azeite que se partem e onde tenho a pontaria de apanhar com os vidros nas mãos. Chinelos que escorregam nos sitios mais peculiares... esta foi só mais uma. lol Não se ponham a inventar. :p
besus...
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