sábado, agosto 06, 2005

60 anos antes... 6 de agosto de 1945, às 8:15 da manhã



























O avião "Enola Gay", o B-29 do coronel Paul Tibbetts, sentiu-se aliviado ao desafazer-se da "Little Boy", o artefato atômico de 4 t. que ele carregara penosamente durante as seis horas de vôo até chegar sobre o alvo. A tripulação recebeu uma onda de impacto daquela nuvem de 9 mil metros de altura, resultante da explosão, mas nada se equiparava com que ocorria lá embaixo na ex-cidade de Hiroshima. A mesma operação foi repetida 3 dias depois, em 9 de agosto de 1945, sobre a cidade de Nagasaki.
Tempos depois Julius Oppenheimer, com a consciência atormentada pelos estragos causados pela super-bomba, comentou que "esses físicos conheceram o pecado de uma forma tão crua que nem a vulgaridade, o humor ou o exagero podem apagar... e esse é um conhecimento do qual eles não podem lançar mão". Provavelmente, se os Estados Unidos tivessem sido derrotados na guerra contra o Japão, o Presidente Harry Truman, o general Leslie Groves, apelidado de o General Atômico, o coronel-aviador Paul Tibbetts, e os físicos chefiados por Oppenheimer, certamente seriam julgados por crimes contra a humanidade. Afinal, o artefato mortífero que jogaram sobre as duas cidades nipônicas, ceifou a vida de mais de 200 mil civis, exterminadas numa área considerada não-estratégica. Mas a vitória, como sempre acontece, absolve tudo e, aos olhos dos americanos, tornou todos eles heróis.

5 Comments:

Blogger margusta said...

Heidy esta foi uma das maiores vergonhas da humanidade..ainda bem que te lembras-te de fazer aqui uma homenagem ás vitimas...sinto-me arrepiada porque assisti á algum tempo atrás aos relatos de alguns sobreviventes...agora velhinhos mas que nunca apagaram das suas memórias o verdadeiro inferno que se viveu...são relatos aterradores.
Por todos eles, bem hajas por os recordar aqui hoje.
Um beijinho e bom fim de semana.

5:21 da tarde  
Blogger heidy said...

Não tens de agradecer nada. Não fui eu que sofri com aquela situação. Posso sentir-me mal e ficar triste, porque a humanidade não aprendeu nada, mas foram os habitantes das duas cidades atingidas, que sofreram as consequências. É isso que lamento.
Eu vi um documentário há cerca de um ano no Odisseia (salvo erro), sobre este assunto. Arrepiou. Não eram actores que estavam ali. Foram pessoas que tiveram de encontrar formas de atenuar o seu sofrimento. E sabes o que me dá mais raiva? Os EUA tinham acabado de apontar o dedo à "Alemanha", por ter feito o que fez nos campos de concentração... dá que pensar...
Acho que o velho ditado está aqui presente: Faz o que eu digo, mas não faças o que eu faço... Clap clap clap

5:46 da tarde  
Blogger heidy said...

Parecemos crianças a brincar com algo proibido. Sabemos que nos faz mal, mas continuamos o jogo. Queremos mais e mais e mais... numa atitude de tal forma egoista, que chegamos a prejudicar quem está do nosso lado. Por essa e por outras, é que tantas pessoas, que supostamente têm tudo, são infelizes.

11:38 da tarde  
Blogger António said...

Minha querida Lai!
Como eu sou feio. Não te tenho vindo visitar.
E gostei muito deste post alusivo à Rosa de Hiroshima, como canta o Ney.
Escreveste no final:
"Mas a vitória, como sempre acontece, absolve tudo e, aos olhos dos americanos, tornou todos eles heróis."
Sabes o que acontece?
É que a história é escrita pelos vencedores.
Só agora começam a aparecer livros e relatos relativos às atrocidades cometidas pelos aliados sobre os vencidos.
Tenho em mente escrever um texto sobre isso, mas preciso de me documentar muito mais.
É um tema deveras importante e interessante!

Um xi-coração e um beijinho

5:17 da tarde  
Blogger heidy said...

Ganhou-se a especial mania de existirem herois e mauzões. Foi assim com a segunda guerra mundial, foi assim com Portugal... e por aí adiante. Ninguém conta o porquê da Alemanha se ter fechado; ou o porquê de por ex do Iraque ter tomado as atitudes que tomou; ou de cuba sobreviver da forma como sobrevive. Não! Só interessa lavar as mãos e dizer, que se tem razão por isto ou por aquilo. Mas as razões verdadeiras, meu caro... estarão no segredo dos deuses.

5:32 da tarde  

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