Que somos nós afinal?

Não me lembro do que aconteceu nos 15 dias em que estive em coma. Sempre me fez muita impressão, o saber que estive do outro lado da linha, e não me ter sobrado nenhuma recordação. Por isso, costumo dizer, que com 24 anos, tive o meu ponto de viragem. Deixei de acreditar e passei a questionar.

Confesso que me deu um pouco a volta à cabeça. A primeira pergunta... as respostas que me deram. Nunca percebi, apesar de ter passado por isso, como é que uma pessoa, passa 15 dias inconsciente e depois como que num clicke, acorda. Nada volta ao normal. Na altura não pude falar de nada. O meu pai tinha acabado de ter o ataque cardiaco, a minha mana era pequena, e a minha mãe não precisava de mais problemas. Só vos digo, que algumas coisas deixam de ter importância, outras pelo contrário, ganham vida e mais cor. É como reaprender a andar... a ver pequenos pormenores que nos passavam ao lado; a extrair informações...