terça-feira, janeiro 26, 2010

Troca de experiências....

Olá Joana!
Como me recordei do stress pelo qual passei na altura. Duvidas. Decidi colocar mais cedo o tal post prometido.
Pois é. Tenho menos de 80 anos tal como disseste. ;) Mais concretamente ando na casa dos 35. Coloquei a protese há quase 2 anos- julho de 2008-. E foi das melhores decisões que tomei. Apesar de inumeras contradições que alguns médicos anteriores tiveram em relação ao assunto, tive a sorte de ter encontrado um, que levou a coisa para a frente. Principalmente, por causa do factor idade. :)
O processo não é complicado. Nada mesmo. Mas... tens muito trabalhinho pela frente. Vou explicar as fases pelas quais passei. Para teres uma ideia. :)
Operação:
Eu fiz a dita no Hospital Militar da Estrela, tendo como médico o Dr Pinto Bessa. Especialista em Ortopedia. Fui acompanhada de forma excelente! Não só pela equipa médica, como pela equipa de enfermagem... auxiliares. Não tenho uma unica razão de queixa. :) Bem pelo contrário.
A anestesia foi epidural. Mas, ao contrário do que eu estava a pensar... passei mais de metade da mesma a nanar. lol Aconselho, por causa dos efeitos no período pós operatório. Não se prolongam tanto como no caso da anestesia geral. Ou seja, do mal o menos. Como tenho já experiências negativas no segundo tipo, fiquei com uma excelente "imagem" do primeira.
Pós-operatório:
Até hoje, não tive uma unica dor. O que complica o sistema a muitas pessoas quando digo isto. :) Mas, já falei com pessoal que se queixou do contrário. Acho que depende do grau de resistência e do devido acompanhamento.
:)
Estive imobilizada cerca de 5 dias. Ou seja, quietinha... para a protese poder estabilizar e ficar no sitio. Durante esse período de tempo vais ser vigiada... colocada numa certa posição... deixa ver.. colocam-te uma almofada de modo a que não possas mexer as pernas para não estragar o serviço feito. Ah... importante! No meu caso, como geralmente tenho sempre anemia, devido à perca de sangue, um dos calcanhares ficou com uma escara. Nada de grave... se for bem cuidado. Por isso e pela experiência que tive... fica alerta. Se te vires aflita, conta-lhes o que se passa. De certeza que vão encontrar uma solução. :)
Acho que a pior fase para mim, foi essa altura. Fiquei frustada por não conseguir fazer nada. Nem sequer me podia levantar para ir ao wc. Sentia falta das pequenas coisas. Confesso que fiquei um bocadinho tristonha. :) Mas devido ás pessoas que me rodearam... desde o pessoal do hospital... mimos da familia... amigos que nunca me largaram... foi uma coisa que durou pouco tempo. :)
Passados os tais dias...
Ajudaram-me a levantar. Colocaram-me um andarilho à frente... e meio a tremelicar com ajuda, lá me fui sentando no cadeirão. O facto de te sentares já tem a ver com a tua recuperação. Fui notando que desde o inicio, eles foram aumentando um bocadinho todos os dias, a amplitude do colchão. Até conseguir ficar sentada.
Depois...
Aqui depende. No meu caso, eu comecei a fisioterapia ainda no hospital. Primeiro, com uma fisoterapeuta que ia lá ao quarto para coordenar os movimentos. Depois, quando ela teve a certeza de que eu podia avançar no tratamento, comecei a ir ter com a equipa. Durou... deixa ver... as duas semanas que restaram de internamento... e depois ainda tive de andar a fazer sessões durante 6 meses.
Os exercicios passam pelo fortalecimento muscular. Pesos... andar... subir\descer escadas... pedalar... exercicios com e sem ajuda do fisioterapeuta. Como adoro água, acrescentei de forma extra, a natação e a hidroginástica. Que são excelentes para este tipo de casos, por causa do tipo de movimento.
No que diz respeito ás muletas... eu fui operada a 25 de Julho... em Outubro já só andava com uma delas, por causa do problema que tive com o calcanhar- não podia apoiar o pé no chão-. Em Dezembro, quando aquilo passou, larguei definitivamente.
Passados dois anos...
Ainda ando em vigilância. Mas, faço a minha vida normal, só que com muito mais qualidade a todos os niveis. Consigo disfrutar mais de determinadas actividades.
Não tenhas receio. A sério! Fala com o teu médico. Expõe as tuas duvidas. Pede-lhe para te explicar cada passo. Porque cada situação é diferente. E se ele for do tipo fechado... insiste! Não tenhas medo de ser chata! ;) É o teu corpo, e tens direito a saber o que vão fazer com ele.

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6 Comments:

Blogger Unknown said...

Não te conheço de lado nenhum e já te adoro! Obrigada pela post... estava a fazer-me falta qualquer coisa de positivo no meio disto tudo! Desde há 6 meses que soube desta coisa que a minha vida parece que deu uma volta, mesmo de 360º, porque continua no mesmo caminho mas numa tristeza e sedentarismo pegados! Eu jogava vólei, corria, andava de bicicleta para todo o lado e agora nada... só dores e o raio da perna a encurtar a olhos vistos, também podia dizer que só me apetece ficar na cama mas nem isso porque não há nenhum raio de posição que faça com que deixe de doer! Depois com isto, fico stressada, com neuras que qualquer dia não tenho amigos do mau humor que espalho em todas as direcções! E quanto ao meu namorado... coitado, deve ser um anjo! Não sei se já disse mas tenho 27 anos... e pelos vistos o problema é hereditário que a minha mãe com 48 anos também está prestes a pôr duas ancas novas! Estou a ser seguida no Hospital Curry Cabral, daqui de Torres Vedras encaminharam-me para lá...acho que por causa da idade, ninguem me queria "pegar" aqui! Eu gosto do meu médico, Dr.º Pedro Dantas, e faço-lhe mil perguntas e choro... choro tanto que depois não lhe pergunto o que realmento queria perguntar! Estou com tanto medo, medo de ficar coxa, medo de não poder andar mais na minha bicileta...xiiii....o que eu adoro a minha bicicleta!! Para ajudar a animar vou para a garagem só olhar para ela! Ah! Outra coisa...um bocadinho para o superficial...e a cicatriz?? É feia?? E trabalhar?? Quando recomeçaste a trabalhar?? Na volta ainda vou ser despedida depois de tanto tempo de ausência!! Era o que mais me faltava!! E aqui no meio de um grande pedido de desculpas por estar a fazer-te recordar destas coisas vou perguntar mais uma coisita...não sentes nada na perna...assim como um corpo estranho dentro de ti?? Faz-me uma confusão pensar que vou ter aquela coisa feia dentro dos meus ossos!! Uiiii...até arrepia!!
Bem, desculpa mesmo isto tudo... mas foste assim uma iluminação para mim :-)

Beijinhos

6:07 da tarde  
Blogger heidy said...

:)
Pois... é complicado! Ao contrário de ti, eu vivo com esta situação desde a idade de ano e meio. Por isso, consegui ultrapassar mais rapidamente a situação. E nem pensei duas vezes quando teve de acontecer. No meu caso, não é genético. Simplesmente aconteceu devido a consequências por causa de convulsões na altura do nascimento dos dentes. Afectou.me as articulações. Ao longo dos anos agravou-se ao ponto de ter de ser corrigido através da protese.
Mas, sempre inventei coisas para fazer. Joguei basquebol durante anos e quando o meu médico mandou parar, transferi-me de armas e bagagens para a água. Aprendi a nadar aos 28... e depois meti-me em águas profundas -mergulho-. ;)Infelizmente, não pratico tanto como é o meu desejo, mas por razões que não têem nada a ver com o caso sobre o qual estamos a falar. Nunca ouviste a expressão: quando se fecha uma porta, abre-se logo uma janela? Pois... eu penso sempre dessa forma. Também é verdade que estou muito bem em termos pessoais. Com mais ou menos problemas... tenho sempre um bom ombro que me puxa para a frente, mesmo quando estou lá mais em baixo... o que ajuda. :)
Pensa que vais melhorar. E trabalhar para isso! Sabes que o facto de não sermos idosas... até ajuda. A recuperação é muito mais rápida!
Quanto ás neuras... todos passamos por isso! lol Não te preocupes! E tenta acalmar-te. O principal é isso!
Quanto ao chorares e chorares frente ao teu médico... sabes que eles percebem que nós estamos a passar um mau bocado. Lembraste de eu contar no relato que eu tive uma fase em que andei mais tristonha no período pós-operatório? pois... adivinha? lol também derramei um lago inteiro... melhor... um oceano... tadito do dr Bessa. Ele só me perguntava se eu estava bem... fazia festinhas... e eu soluçava... soluçava... lololol e olha que sou daquelas que quando começa... é só abrir a torneira... e dura dura dura dura... até despejar tudo! lol

Quanto ao resto... olha a cicatriz no inicio meteu-me um pouco de impressão. Cheguei a ter vergonha... mas... agora nota-se, mas não é grande coisa. Atura-se bem. A protese tu não sentes. Começa a fazer parte de ti. E nem pensas nela. No inicio até te pode fazer confusão, mas com o tempo... esqueces.
Em relação à tua vida normal, recomeças num instante. :) Vais ver que nem notas o tempo a passar.

Não te preocupes com as perguntas. Metralha À vontade. :) Eu respondo. Não fico minimamente inibida com isso. E se puder ajudar... melhor! :)

bjinhos

7:10 da tarde  
Blogger Unknown said...

Agora assustaste-me...não sei em que parte mas assustaste-me...talvez pela parte de dar a volta ás situações...eu sou péssima, só penso nas coisas que não posso mais fazer, se bem que nos últimos meses passei a nadar também, em vez de ir para a sala de exercicios ia para a piscina do ginásio... que digamos de passagem era o único sitio onde me sentia bem nos últimos tempos...flutuava e não sentia a perna a mancar!! A parte da cicatriz...bolas, feia?? Eu moro junto à praia! A partir de Abril que começo a ir fazer praia...durando ás vezes até Outubro... e o bikini brasileiro?? É que quando perguntei ao médico se podia fazer uma plástica ele respondeu: "Para ficar pior??"... o que me tirou todas as esperanças para disfarçar a dita e tentar não pensar na minha perna podre! Estou a pensar na tatuagem... eh pah....mas sem ser por isto nunca tinha pensado em fazer nenhuma por isso não sei se é boa ideia! Hummmm..
Ah! Deixa-me gozar um bocadinho...aprendeste a nadar aos 28??? Ahahahahah!! Pronto, já está! Bem, mais vale tarde que nunca e agora deve estar a tirar a desforra com tantos mergulhos!
Outra boa... imagina a parvoice que ontem chateei-me com o respectivo....sabes porquê?? Porque ele foi andar de bicicleta à tarde... e ele nem gosta de andar de bicicleta por ai além... e não não posso!! Isto é normal???
Bem, vou trabalhar qualquer coisita... quando me lembrar de qualquer coisa logo escrevo!

Beijinhos

8:49 da manhã  
Blogger heidy said...

Boa tarde! :)

Joana, existe muita coisa que nos aparece sem estarmos à espera. Umas coisas boas... outras nem por isso. Só temos é de aprender a encarar e seguir em frente. Eu tenho sorte. tenho uma familia que sempre esteve lá, com ou mais problemas... mas nunca deixaram de lutar por mim. Tenho amigos, que só não me ajudam mais... porque eu não deixo. E esta é a verdade. Sempre achei que pedir ajuda era motivo de fraqueza... e que isso me iria colocar em desigualdade frente a outras pessoas. Hoje, já tento ir noutra direcção. Por vezes, confesso que ainda caio na mesma patetice, e tenho consciência de que ainda tenho muito caminho para percorrer. Agora, o problema está quando estamos cheias de ideias... e não sabemos lidar com elas. Aí sim... é o cume da questão. Há que lutar.
Se o teu namorado anda de biciclete... opá... não fiques de neura por isso. :) Inventa qualquer coisa para te entreteres. A sério! Quando se está na tal inércia que falas... o melhor é ir dar ar ás cabeça porque tudo pode ser motivo para descarregar. E normalmente, fazemos isso com quem gostamos... sem que eles ao menos mereçam na maioria das vezes... ;)

Beijinhos

6:14 da tarde  
Blogger Unknown said...

Olá Heidy,

Chamo-me CG e li a vossa troca de experiências. Também tenho um problema ao nível das ancas e
possivelmente terei de colocar um prótese. Tenho 42 anos e sou do sexo masculino... quando recebi o diagnóstico não foi fácil de digerir (ainda está a ser complicado). Pensamos que este tipo de problema apenas aparece lá pelos 70 anos... mas nem sempre é assim. Pergunto que consegues andar de bicicleta ou até mesmo correr.

Relativamente à Joana espero sinceramente que esteja bem. Vou em breve ter uma consulta com o médico que referiu.

Obrigado e tudo de bom
CG

5:54 da tarde  
Blogger heidy said...

Olá CG. :) Não passei pelo processo de interiorização deste problema. Para mim foi o desfecho natural. Um alívio. Acho que a mentalização de que temos de resolver o problema é meio caminho andado para tudo correr bem. :) para quem sempre teve uma vida normal, deve ser complicado de digerir. Verdade. Mas a força interior serve para ultrapassar esta e outrs circunstâncias. Não tr medo e pensar que tudo é passageiro. Quanto à pergunta.....eu nunca andei de bicicleta, ou correr...ou outros desportos mais"violentos"paea a minha situação (infelizmente). Portanto, virei-me directamente para a água. O peso do corpo não é sentido...as dores não existem...a liberdade é maior, porque lá dentro não existe o medo de cair e de ficarmos magoados. Quanto à Joana não ei o que lhe aconteceu. :) Espero que esteja tudo bem com ela. Em relação a ti estou à disposição para responder a qualquer coisa. :) Nada de agradecer. Estamos aqui é para isto, para ajudarmos no que for preciso. Acho....pelo menos é o meu lema. ;)

7:03 da manhã  

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