Troca de experiências....
Olá Joana!
Como me recordei do stress pelo qual passei na altura. Duvidas. Decidi colocar mais cedo o tal post prometido.
Pois é. Tenho menos de 80 anos tal como disseste. ;) Mais concretamente ando na casa dos 35. Coloquei a protese há quase 2 anos- julho de 2008-. E foi das melhores decisões que tomei. Apesar de inumeras contradições que alguns médicos anteriores tiveram em relação ao assunto, tive a sorte de ter encontrado um, que levou a coisa para a frente. Principalmente, por causa do factor idade. :)
O processo não é complicado. Nada mesmo. Mas... tens muito trabalhinho pela frente. Vou explicar as fases pelas quais passei. Para teres uma ideia. :)
Operação:
Eu fiz a dita no Hospital Militar da Estrela, tendo como médico o Dr Pinto Bessa. Especialista em Ortopedia. Fui acompanhada de forma excelente! Não só pela equipa médica, como pela equipa de enfermagem... auxiliares. Não tenho uma unica razão de queixa. :) Bem pelo contrário.
A anestesia foi epidural. Mas, ao contrário do que eu estava a pensar... passei mais de metade da mesma a nanar. lol Aconselho, por causa dos efeitos no período pós operatório. Não se prolongam tanto como no caso da anestesia geral. Ou seja, do mal o menos. Como tenho já experiências negativas no segundo tipo, fiquei com uma excelente "imagem" do primeira.
Pós-operatório:
Até hoje, não tive uma unica dor. O que complica o sistema a muitas pessoas quando digo isto. :) Mas, já falei com pessoal que se queixou do contrário. Acho que depende do grau de resistência e do devido acompanhamento.
:)
Estive imobilizada cerca de 5 dias. Ou seja, quietinha... para a protese poder estabilizar e ficar no sitio. Durante esse período de tempo vais ser vigiada... colocada numa certa posição... deixa ver.. colocam-te uma almofada de modo a que não possas mexer as pernas para não estragar o serviço feito. Ah... importante! No meu caso, como geralmente tenho sempre anemia, devido à perca de sangue, um dos calcanhares ficou com uma escara. Nada de grave... se for bem cuidado. Por isso e pela experiência que tive... fica alerta. Se te vires aflita, conta-lhes o que se passa. De certeza que vão encontrar uma solução. :)
Acho que a pior fase para mim, foi essa altura. Fiquei frustada por não conseguir fazer nada. Nem sequer me podia levantar para ir ao wc. Sentia falta das pequenas coisas. Confesso que fiquei um bocadinho tristonha. :) Mas devido ás pessoas que me rodearam... desde o pessoal do hospital... mimos da familia... amigos que nunca me largaram... foi uma coisa que durou pouco tempo. :)
Passados os tais dias...
Ajudaram-me a levantar. Colocaram-me um andarilho à frente... e meio a tremelicar com ajuda, lá me fui sentando no cadeirão. O facto de te sentares já tem a ver com a tua recuperação. Fui notando que desde o inicio, eles foram aumentando um bocadinho todos os dias, a amplitude do colchão. Até conseguir ficar sentada.
Depois...
Aqui depende. No meu caso, eu comecei a fisioterapia ainda no hospital. Primeiro, com uma fisoterapeuta que ia lá ao quarto para coordenar os movimentos. Depois, quando ela teve a certeza de que eu podia avançar no tratamento, comecei a ir ter com a equipa. Durou... deixa ver... as duas semanas que restaram de internamento... e depois ainda tive de andar a fazer sessões durante 6 meses.
Os exercicios passam pelo fortalecimento muscular. Pesos... andar... subir\descer escadas... pedalar... exercicios com e sem ajuda do fisioterapeuta. Como adoro água, acrescentei de forma extra, a natação e a hidroginástica. Que são excelentes para este tipo de casos, por causa do tipo de movimento.
No que diz respeito ás muletas... eu fui operada a 25 de Julho... em Outubro já só andava com uma delas, por causa do problema que tive com o calcanhar- não podia apoiar o pé no chão-. Em Dezembro, quando aquilo passou, larguei definitivamente.
Passados dois anos...
Ainda ando em vigilância. Mas, faço a minha vida normal, só que com muito mais qualidade a todos os niveis. Consigo disfrutar mais de determinadas actividades.
Não tenhas receio. A sério! Fala com o teu médico. Expõe as tuas duvidas. Pede-lhe para te explicar cada passo. Porque cada situação é diferente. E se ele for do tipo fechado... insiste! Não tenhas medo de ser chata! ;) É o teu corpo, e tens direito a saber o que vão fazer com ele.
Etiquetas: dr Pinto Bessa, hospital militar, ortopedia, protese na anca