domingo, janeiro 28, 2018

Memórias...

Ando na altura onde contar uma história tem de ser um acto natural. :) "Era uma vez"... "há muito muito tempo atrás..." e outras nuances que todos conhecemos. Divergir sobre algo perante dois meninos, tendo idades compreendidas entre o ano e meio e três anos e alguns meses, não é fácil. Curiosos... inocentes... verdadeiros... despejam as suas ideias sem nos darem tempo para assimilar contextos. :) Então temos de nos valer de livros. Já possuem uma biblioteca de respeito. :P A avó, o avô... a tia... vizinhos... mãe... tudo ajuda a aumentar as páginas que completam esses contos. 
De todos, destaco 2. Adoro aqueles livros. Fiquei emocionada quando andei à procura de algo especial. :) Quero isso para eles. Que sintam as palavras desde tenra idade.... que as visualizem... que possam voar com elas. :) Se eu tive a sorte de ter isso na minha vida, na idade deles, também desejo isso para eles. Neste caso, um é da Alice Vieira, cujo título é "Avó", e o outro é da Sofia Fraga "A Tartaruga Celeste e o Menino que Chorava Música", Pela primeira autora tenho um imenso carinho. Portanto, é inequívoco que quando se trata de crianças, procuro imediatamente a sua sensibilidade, equiparada pois claro pela Matilde Rosa Araújo, ou pela Sophia de Mello Breyner. :) Foi da Alice Vieira o meu primeiro livro: "Rosa, minha irmã Rosa". Pois é. Tinha acabado de aprender a ler, quando me ofereceram... por sorte, o período da minha vida dessa altura, coincidiu com a história da personagem: a chegada de uma irmã. No meu caso, não passei pelo drama, mas foi giro. :P Depois vieram as outras histórias da sequela. Felizmente, nunca me ofereceram historietas da "Martine". :P Odiava essa mocinha. Uma insonsa no meu entender. lol Graças à minha tia Zé, uma mulher que viajava por todo o mundo, tinha BD e outros géneros de várias línguas, mesmo quando ainda não entendia nada, nem sequer o português, quanto mais os outros dialectos. :P Habituei-me a estar cercada de livros. Era daquelas crianças que brincava com os amiguinhos, mas andava sempre com uma história para terminar. E sim, também usei algumas vezes, o truque das lanternas debaixo dos cobertores, porque queria ler mais um bocadinho. :P Voltando ao assunto... está claro que a tia, eu... dos meus meninos, anda a tentar passar esse amor. :) Só podia! O T. está habituado a lidar com esse gosto. Gosta de tocar... tem curiosidade... quer sempre mais um pouco. O G. também. Felizmente! :P E fico muito feliz por termos mais este elo. Ah sim... o post... estava a falar da Alice Vieira... pois... descobri um livro que me diz muito. Sobre o significado de termos avós na nossa vida. Para mim é claro como água que quando o vi, sentei-me e ao desfolhar aquelas páginas fiquei emocionada. Esse tema diz-me muito. :) Acho que todas as crianças devem criar elos com esses entes. Deve existir uma passagem de testemunho nesse sentido. Eu tive essa sorte. Por pouco tempo... mas sim, tive. E ando a a sentir falta desse ser desde o dia em que partiu. Mas se me perguntarem se vale a pena ter saudades dela? vale! Significa que aquilo que vivemos foi muito especial. E sempre me perguntei como teriam sido as nossas conversas ao longo dos anos... o que me teria dito em x ou y momento. Se teria sentido orgulho de mim... ou iria ralhar comigo... sei que deixou cá dentro de mim a sua semente. Como é que percebo isso? na forma como lido com os nossos meninos. Dou por mim a agir como ela fazia comigo. :) E isso está certo. Se eu me senti bem naqueles momentos, e se eu tenho esta relação tão bonita com o T e com o G. é porque tudo está no lado certo do coração.


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