É como me sinto neste momento! Por mais que a malta se esforce... e digo isto, no que se refere à raia miuda... nós... zé povinho... não se chega a lado nenhum! Que raiva me dá, ver tipos que se consideram senhores feudais, deste nosso país à beira mar plantado, fazerem o que bem lhes dá na mona, sem depois levarem com as respectivas consequências. Tudo lhes passa pelas mãos... mas, se aparece algo de mal, a culpa morre de lado, sem reconhecer rostos, nem credos. Acho e não me engano, que os velhos colchões de palha, forrados com notas, vão voltar a ser o modo mais seguro para arrecadar as magras economias. Não conseguimos apertar mais o elástico. É impossivel! Mesmo sendo eu uma optimista nata, reconheço isso.
Sinto-me tão desorientada com tudo o que me rodeia neste momento. Que prespectivas positivas poderemos ter? Para termos algo nosso... formar familia.... ter um emprego. Se o topo da piramide falha... se tudo à nossa roda, é corrupto... ou algo pior... como é que nos vamos safar? em quem vamos confiar para entregar as redeas deste cantinho? Não tenho cor partidária. Sou devota de um conjunto de ideias. Elaboradas através da minha experiência de vida. Confesso, no entanto, que sou um pouco mais de esquerda. Embora conjugando com alguma coisa da direita. O meu problema, neste momento, em que nos aproximamos do tempo de fazer escolhas, está nisso mesmo. A quem vou dar o meu voto? A que galo vou entregar a minha cruz?
Juro que não estou a entender muita coisa... muitas manobras de diversão, e poucas decisões concretas. Importantes quantidades de dinheiro a voar pelas janelas, e a entrar directamente nos bolsos, dos mesmos, que roubaram anteriormente, no mesmo sitio. E por aí fora...
Sinto vergonha... por mim... e por tudo aquilo que nos fazem, sem que a malta dê um basta. Por vezes, dou por mim a questionar-me sobre a relevância do feriado que vamos celebrar no próximo dia 25 de Abril. Afinal, o que nos trouxe de bom? para onde foram os sonhos que eu me lembro de respirar? porque nos roubaram a esperança, da certeza, de que tudo ia dar certo? por um dia acreditamos... por um dia... estivemos com um sorriso estampado no rosto, como se fossemos milhares de crianças. Por um dia, ficou tudo bem. E o resto dos 35 anos que passaram para além dessas 24 horas?
Enfim...
Depois deste parlapié todo... a duvida mantém-se! Onde vou colocar a cruz... hum hum?